* Escrita por Death e Santo Abismo.
* Para Sophie, espero que ela aprove.
A garota colocara o rosto em uma das mãos, tamborilando os dedos na mesa de madeira, fazendo um barulho engraçado aos ouvidos. Usava fones de ouvido, que estavam ligados a seu inseparável MP4, que estava no bolso de sua blusa de frio, preta com capuz. Estava entediada, aquilo era um fato. Não estava mais agüentando ouvir a professora falar com aquela voz de aspirador velho, não via a hora de ir para sua casa dormir o dia inteiro.Quando aquele barulho maravilhoso do sinal da escola foi ouvido, todos os alunos respiraram aliviados, guardando suas coisas em suas mochilas e correndo em direção à saída. Ela seguiu a multidão, sem se importar se empurrava algum aluno que estava perdido naquele monte de adolescentes barulhentos. Finalmente, ela havia conseguido sair daquele mar de gente, ajeitou sua bolsa no ombro e seguiu para casa, com os fones de ouvido e um livro nas mãos.- Está atrasada. – Disse uma voz que ela conhecia muito bem. – Não que eu me importe com você, mas os vizinhos estavam estranhando...
- Cale a boca. – A garota disse ignorando o pálido homem de trinta e poucos anos de cabelos pretos bagunçado que estava em sua porta. – Achei que não viria, John.
- Não sou você que larga as visitas na porta, Sophie. – Respondeu John sarcástico quando entrara na casa da garota.
Sophie tirou o capuz da cabeça, revelando seu cabelo ruivo não muito longo, amarrado em um rabo de cavalo. Os penetrantes olhos verdes examinaram a figura do homem à sua frente. Tinha idade para ser o pai dela, mas não se importava, sempre gostara de caras mais velhos que ela.
- Então, quantos demônios você exorcizou hoje? – Perguntou Sophie subindo as escadas, com o mais velho atrás dela.
- Nenhum. – Respondeu seco.
- Milagre. – Disse a ruiva chegando em seu quarto, fechando as janelas e virando-se para o mais velho, lhe dando um longo beijo apaixonado.
Constantine lhe respondeu à altura, e o casal caiu na cama da ruiva.
(...)
Perto da escola, uma garota morena andava pela calçada, ignorando alguns garotos que tentavam lhe chamar a atenção. Parecia decidida, seguindo reto pela longa rua pouco iluminada. Usava uma blusa de frio preta com calças jeans da mesma cor, o capuz da blusa cobrindo-lhe o rosto jovem que estava com olheiras um pouco profundas, que lhe davam um ar fantasmagórico. Tinha uma mochila com alguns chaveiros nas costas, anéis prateados nos dedos e um pentagrama cor de bronze no pescoço.Quando finalmente chegara a seu destino, teve a sensação de estar sendo observada. Intrigada, olhou para os lados e localizou um rapaz de vinte anos parado em uma janela. A luz da rua iluminava seu rosto. Era branco, meio pálido, olho azul, barba por fazer, cabelos castanhos curtos. Usava uma camiseta branca com calças jeans. A menina nunca o vira, talvez tinha se mudado recentemente, pensou parando na frente de uma casa alta, com uma porta de madeira com alguns detalhes entalhados.
Do outro lado da rua, o rapaz observava a jovem parada na frente da casa da garota ruiva, os olhos azuis estavam fitando a nuca da menina, que havia notado quase no mesmo instante que ele colocara seus olhos nela. Com um sorriso presunçoso, fechou as cortinas brancas de sua casa, indo em direção ao outro cômodo.
No quarto de Sophie, a ruiva estava enrolada em um lençol, deitada no peito nu tatuado de Constantine, que desenhava círculos com a ponta dos dedos nas costas dela. Por alguns momentos, os dois ficaram lá, até que o barulho suave da campainha foi ouvido. Sophie franziu o cenho, confusa. Tinha certeza absoluta que nenhuma pessoa da escola sabia onde ela morava, intrigada, vestiu-se rapidamente, pegando sua calça jeans e a camiseta branca que estava usando. Constantine não moveu um único músculo, apenas fitou-a com desinteresse por alguns segundos.
Sophie desceu as escadas, pegando um molho de chaves que estava atrás da porta de madeira, colocando a menor das chaves no buraco da fechadura e, em seguida, tirando a corrente dourada que havia na porta. Assim que abriu a porta, ficou imediatamente surpresa ao ver sua visitante.
- Oi Sophie. – Disse a menina de capuz com uma voz meio rouca.
- Olá, Claire. – Respondeu escondendo a pequena fagulha de felicidade que sentira ao vê-la. – O que faz aqui?
- Estava por perto e decidi vir vê-la. – Respondeu a garota, escondendo o rosto no capuz preto.
- Entre. – Disse a ruiva se afastando da porta, dando espaço para que a amiga passasse.
A ruiva guiou a morena até a sala não muito organizada, sentando-se em uma poltrona azul, enquanto a morena sentava-se na ponta do sofá de três lugares. Ela parecia levemente estranha, ou mais estranha do que era normalmente, pensou Sophie imediatamente.
- Então, o que houve? – Sophie perguntou fitando Claire com uma ponta imperceptível de preocupação.
- Algo ruim. Muito ruim. – Respondeu a menina olhando para baixo.
- E o que foi?
- Dean está morto. – Disse Claire.
Sophie sentiu o sangue congelar. Não, tinha certeza absoluta que Claire não estava mentindo, mas ainda era meio difícil de acreditar. O palhaço, cretino, presunçoso do Dean era ruim demais para morrer assim do nada.
- Como isso aconteceu? – Perguntou.
- Foi há um ano. Sam teve um pequeno acidente e acabou morrendo, e o Dean vendeu a alma dele ao demônio da encruzilhada. Mas esse acordo foi diferente. O demônio deu um ano para ele e... – Parou, soltando um suspiro ao lembrar-se de ver o corpo de Dean com ela no banco de trás, depois assistir Sam e Bobby enterra-lo não tinha sido algo muito fácil de se ver.- O prazo acabou há três semanas.
- Onde está o seu outro irmão, Sam? – Sophie perguntou sentando ao lado dela.
- Ocupado demais para falar comigo. Me deixou em um hotel na semana passada dizendo que tinha ido treinar o plano de matar Lilith. Eu liguei para ele, dizendo onde eu estava, mas ele não disse nada, só caía na caixa de mensagens. Está parecendo meu pai.
Sophie sentia que bem no fundo, gostaria de ser um pouco mais sociável, mas aquele tipo de coisa não batia com sua personalidade, e ela considerava que John não acharia divertido ter uma outra pessoa dividindo o teto com eles. A ruiva não podia negar, mas Claire naquele estado poderia fazer qualquer tipo de maluquice.
- Olhe, eu até gostaria que você ficasse aqui, mas...
- Constantine está aqui. – A morena afirmou.
- Como sabe?
- Senti cheiro de cigarro assim que eu entrei. E você não fuma muito. – Disse com um sorriso torto, se levantando e olhando pela janela. – Tem um cara observando você.
- Eu sei. – Respondeu Sophie. – Nunca falei com ele. – Disse indo até a porta junto com a menina.
- Tome cuidado. – A morena advertiu, fazendo um leve aceno com a cabeça e partindo em direção ao ponto de ônibus mais próximo.
Sophie a fitou por alguns segundos, quando sentiu alguém atrás dela.
- Quem era? – Perguntou Constantine acendendo um cigarro.
- Lembra da Claire?
- Ah sim, irmã caçula dos garotos problema do submundo. O que ela queria? – Perguntou abrindo uma lata de cerveja.
- O Dean está morto. E no inferno. – A ruiva disse virando para ele, fechando a porta atrás de si.
Constantine soltou a fumaça que estava em sua boca, fitando a ruiva com um olhar que ela desconhecia. – Agora ele aprende boas maneiras... – Resmungou baixo.- Eu não esperava nada diferente vindo de você, John. – A ruiva bufou sentando no sofá, ligando a televisão. – Hey John, acho que sei porquê a Claire estava aqui...
- Por quê? – Perguntou desinteressado.
- Uma família inteira desapareceu no centro da cidade, deixando só uma menininha de 8 anos. Segundo ela, o pai, a mãe e o irmão mais velho foram levados por uma “luz brilhante”. – Disse voltando seus olhos para o rosto do mais velho, que não teve reação alguma, tragando seu cigarro. – Ah, esquece, isso é bem típico de você...
- O que, está se importando com a família?
- Não. – Bufou ela. – Quero saber o que a levou. E se vier pra cá?
- Relaxe, ninguém vai querer levar você. Eles não agüentariam o tranco. – Sorriu sarcástico para a ruiva, que lhe jogou uma almofada.
Ficou muito bom!
ResponderExcluirNão demore a postar, quero saber o que é a luz brilhante!
bjo do Jacob
Muito bom, e descritiva de vc(s) é ótima, da até pra se imaginar na situação...
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