Observações: Continuação ;)
John Constantine bebia um whiskey barato na garrafa, enquanto segurava entre os dedos seu cigarro favorito. Estava amargurado por não ter feito nenhum exorcismo naquela semana. Não tinha vontade de ir ao bar, nem em outro lugar. Sua camisa estava meio aberta, deixando à mostra suas tatuagens. Era incrível o que uma garrafa de whiskey podia fazer com uma pessoa, pensou sorrindo amargurado quando ouviu batidas leves em sua porta. Irritado, levantou-se da cadeira, indo sem vontade alguma atender a porta. Tirou a corrente enferrujada e girou a chave. Bufou mais irritado ainda ao reconhecer a pessoa do lado de fora.
- O que você quer? - Perguntou seco.
- Ah, é muito bom ver você também, John. - Reclamou Claire. - Vai me deixar entrar?
Constantine revirou os olhos, abrindo a porta para ela entrar. Tragou seu cigarro longamente, soltando muita fumaça pelo cômodo.
- Vai dizer o que você quer ou eu terei que expulsá-la daqui? - Perguntou trocando o cigarro pela garrafa de whiskey.
- Se for bonzinho e me deixar explicar, te compro outro maço de cigarro. - Barganhou a garota.
- Que seja... - E largou-se na cadeira, ainda fitando a garota.
- Ouviu falar sobre as quatro famílias que desapareceram? - Perguntou Claire fitando o mais velho.
- A Sophie acabou com a minha vida falando sobre isso... - Murmurou entre os dentes.
A morena revirou os olhos. - Sophie está ocupada agora...
- O que quer dizer? - Perguntou o mais velho.
- Nada. Enfim, acho que você não vai me ajudar... Acho que vou voltar lá para Lawrence com a Sophie e... - Disse fanzendo menção de ir, mas Constantine se levantou da cadeira, indo em direção a porta, ficando parado lá.
- Agora você vai se explicar. - Disse sorrindo irônico. - Você não usa barganhas, nem ironias o tempo todo. Isso é trabalho meu. Eu sei que o bonitinho do seu irmão está brincando lá com o Lú, portanto, não venha me dar uma de mal humorada que só consegue as coisas chantageando. Isso é o meu esquema.
Claire fechou a cara. - Desculpe, foi um erro vir falar com você. - Disse passando pela porta. John a fitou de longe, vendo que a menina passava a mão nos olhos nervosamente, até que o elevador chegara, vazio como sempre. A morena entrou no elevador, apertando o botão do térreo assim que as portas se fecharam, passou novamente a mão nos olhos, tirando as lágrimas que insistiam em sair. Aquela breve meção à seu irmão tinha sido uma catástrofe, pois os pesadelos que ela tentara trancar em sua mente, saíam livremente com a breve citação de Dean.
Numa estrada não muito longe de lá, uma motocicleta custura entre os carros parados. Uma Harley Davidson com um rapaz e uma moça na garupa. Os cabelos ruivos da moça voavam livremente com o vento. Os brilhantes olhos verdes da moça, observavam tudo à seu redor, guardando cada detalhe em sua mente.
Saindo do apartamento, Claire pensava se ligar para Sam seria uma boa ideia. Quem sabe se ela não tinha a sorte dele atender aquele maldito telefone. Pegou o aparelho do bolso, discando alguns números, levando o telefone a orelha. Esperou alguns segundos, chamava...chamava... Até que uma voz cansada atendera.
- Alô?
- Sam, oi, hã, é a Claire. - Disse.
- Oh...Uh, oi mana, como está?
- Como acha que eu estou? Você parece que se esqueceu que eu existo.
- Eu estou ocupado com uma coisa...
- Isso é mais importante que a sua família? - Perguntou a menina sentindo-se com um pouco de raiva.
- Não. Mas é necessário. Olha, eu ligo pra você depois, onde está, falando nisso?
- Em Nova York. Toma cuidado, Sammy.
- Você também.
Assim que ouvira o click do telefone, sentiu-se chateada pelo irmão ter se afastado tanto dela. Sua cabeça latejava e, cada vez que fechava os olhos, via coisas diferentes., Uma hora, via a rua, na outra, uma espécie de cova, de onde saíam gritos de desespero. Não, ela não iria ficar se lamentando. Pensou irritando-se consigo mesma, continuou andando até o ponto de ônibus mais próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário