segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Bloddy Sunrise
- Você é o cara que falou com Lincon Cassidy? – A bela arqueóloga perguntou sem rodeios, não se sentindo intimidada pelo olhar penetrante que ele havia lançado.
O rapaz parou, encostando-se no batente da porta marrom-escura. – Você é tira? – E bebeu mais um longo e demorado gole de cerveja.
- Quer que eu seja? – A inglesa mordeu a parte interna do lábio. – Vai me deixar entrar?
O moreno se afastou, dando espaço para a desconhecida passar, indicando-lhe a cozinha. Mary passou rapidamente pela sala, vendo algumas peças de roupas jogadas de qualquer jeito por cima do sofá de couro marrom. Sentiu seu salto fazer um barulho engraçado naquele piso de madeira. A arqueóloga parou na cozinha, puxando uma cadeira de madeira que estava mais próxima. – Qual seu envolvimento com o Cassidy? – E cruzou as longas pernas.
Ele coçou a nuca, desviando o olhar para a janela. – Lincon não é o nome verdadeiro. É um pseudônimo. Mas não me olhe assim. – Tratou de se explicar quando viu que a morena estava pronta para jogar uma pergunta. – Eu não sei o nome dele.
A arqueóloga arqueou as sobrancelhas o mais alto possível. – Quem sabe? – E observou o jovem ir até uma mesa onde ficava o telefone, puxando uma simples agenda bege, abrindo-a onde havia uma fitinha prateada marcando uma página cheia de telefones e nomes escritos. O moreno passou o dedo indicador pela folha branca, parando em um dos últimos nomes da lista. Logo em seguida, puxou um papel e uma caneta, anotando um telefone e endereço. – Aqui. Devia ir até o Harvelle’s. – E entregou-lhe o papel branco.
- E o que seria isso? – E abaixou os olhos, lendo o que o rapaz havia escrito. Tinha uma letra miudinha e fácil de entender.
- Um bar de... Pessoas que... – E parou, procurando por um termo. – Caçadores. – E fechou a agenda, colocando-a de volta na mesa.
Mary se levantou, indo na direção dele. – Obrigada. – E sorriu de lado, caminhando lentamente até a porta, abrindo-a delicadamente e, segundos depois, fechando-a com uma batida leve.
O barulho do salto alto de Mary ainda ecoava sonoramente na mente de Wes, que olhava a porta com uma expressão quase cômica de tão confusa. Levou a garrafa de cerveja aos finos e rosados lábios, bebendo o restante que havia lá dentro em um único gole.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Bloddy Sunrise
Quando Mary chegou à cena do crime, a clássica fitinha amarela estava lá, fechando a passagem de moradores e curiosos. Mesmo que um policial careca repetisse milhões de vezes que o corpo do rapaz não estava mais lá, as pessoas continuavam bisbilhotando a cena do crime, esticando seus pescoços até não poder mais.
-Ayres! Finalmente – Alguém gritara acenando freneticamente perto de uma viatura da polícia. Era um rapaz jovem, de uns vinte e poucos anos, cabelos pretos arrumados em um topete, olhos azuis claros e expressivos, barba por fazer.
-
O detetive apertou a mão da morena rapidamente, voltando a atenção para o parceiro. – Por que a trouxe aqui? – E voltou a atenção para a arqueóloga. – Conhecia a vítima? – Perguntou-lhe de um jeito profissional.
-
O mais velho olhou ao redor, para o imenso prédio que fazia sombra na cena do crime. – Ele mora bem ali, no penúltimo andar. – E apontou-lhe uma janela quebrada e suja bem no topo do prédio. – Quer que eu a acompanhe, Srta. Barton?
- Não, obrigada. – Respondeu a morena, arrumando a bolsa no ombro e foi caminhando sem muita pressa até a entrada do prédio. Quando sentiu que os olhos dos detetives não estavam mais em sua nuca, apertou o botão do elevador, esperando que este estivesse vazio e, quando a porta abrira, o lugar estava vazio. Apenas seu reflexo mal iluminado a encarava.
Assim que apertara o botão e a porta fechara-se, a arqueóloga deixou as lágrimas saírem de seus olhos claros. O que ela fazia ali? Não tinha a mínima ideia. Só de pensar naquela foto que vira antes, seu estômago dava cambalhotas. Mas não, não podia ficar daquele jeito, tinha que se controlar até que estivesse em um local melhor.
Quando o elevador parou, Mary passou a mão pelos olhos, retocando a maquiagem no espelho rapidamente, escondendo a cara de choro. A arqueóloga abriu a porta do elevador, indo até o único apartamento do prédio que ficava naquele lugar extremamente alto. Bateu na porta duas vezes.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Bloody Sunrise
Mary era inglesa, cabelos castanhos claros, olhos azuis acinzentados, pele clara. Extremamente minimalista, dedicada, inteligente e sagaz. Sempre teve um interesse meio obsessivo por coisas sobrenaturais, especialmente artefatos estranhos, de qualquer época, cultura e aparência.
-Mary? – Ouviu a voz tranquila de sua assistente, Coreen, que abriu a porta do escritório e entrou segurando uma prancheta preta, batendo uma caneta colorida na mesma. – Tem um cara querendo falar com você.
- É o Wakefield? – A morena perguntou sem tirar os olhos do notebook.
- Não. É um detetive, ele não disse o nome, mas parece que é algo importante. – Coreen fitou-a, esperando uma resposta.
Mary coçou a nuca, saindo vagarosamente de trás da mesa, deixando suas coisas do jeito que estavam. Sabia que Coreen tinha muito bom senso e não iria fuçar em suas pesquisas, que incluíam um estranho artefato.
A arqueóloga foi até a recepção, sendo interceptada por um homem alto, de meia idade, olhos pretos, cabelos castanhos. – Srta. Barton? – Perguntou-lhe. Mary assentiu. – Sou o detetive Ayres, polícia local. Gostaria de fazer algumas perguntas, se não se importa.
- Claro, mas não tenho muito tempo. – Advertiu a arqueóloga, tentando entender a situação.
- Bem, hoje cedo os moradores de um prédio perto de um dos becos aqui da cidade encontraram um corpo. – E o detetive tirou de dentro do bolso do casaco uma foto. – Você o conhece?
Quando Mary viu aquele que havia lhe trazido uma pequena parcela de felicidade, pálido, de olhos fechados com um buraco de bala bem no meio da testa, teve que se segurar na parede. Não, aquilo não era verdade, pensava ela. – Eu o conheço. – Respondeu ela com uma voz fraca. – Ele é meu namorado.
O detetive fitou a arqueóloga, fragilizado. – Eu sinto muito, minha jovem.
- Já sabem quem o matou? – A morena abaixou o rosto, fitando o carpete.
- Um dos moradores diz que ontem, um homem passou pedindo informações sobre a vítima, disse que era da polícia e que ele era perigoso. O homem disse que ele se chamava... – E parou, tentando lembrar do nome. – Lincon Cassidy.
- Quero falar com o morador. – A arqueóloga levantou o rosto, fitando o detetive.
- Não é muito, longe, vou leva-la.
Mary assentiu, indo até o escritório, pegando seu casaco e a bolsa. Depois que falasse com o morador, iria parar e refletir sobre o que faria.
sábado, 19 de setembro de 2009
Bloody Sunrise
Enjoy :D
O clima leve daquela manhã fora quebrado quando um som baixo de tiro fora ouvido num beco. Parado, com uma expressão vazia, estava James, fitando a própria camiseta branca, que agora continha uma enorme mancha circular de seu sangue. O rapaz fixou as orbes azuis, agora quase sem brilho, no atirador, que apontava uma nove milímetros para sua cabeça.
O mais velho mal piscou quando puxou o gatilho novamente, acertando bem no meio da testa do jovem, que caiu, morto em cima de algumas latas de lixo, alertando o atirador, que guardou a arma no bolso interno do casaco e deixou o beco, sem olhar para trás.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
Supernatural faz 4 anos hoje
Parabéns para a produção, os atores, todo mundo. Ao senhor carequinha Eric Kripke que teve a ideia brilhante de criar a série, colocando elementos clássicos de outras séries e filmes durante os episódios, mas sempre sendo original.
Aqui, tem uma das minhas fotos favoritas da season 1.

E um vídeo da primeira temporada.
PS: Eu sou a única pessoa que sente falta da frase: "Saving people, hunting things. The family bussiness"?
sábado, 12 de setembro de 2009
Balada
- Ow. - Dean bateu no peito do irmão. - Quem é o Drácula ali?
Sam arqueou as sobrancelhas. - É um cara de sobretudo.
- Jura? - Riu irônico. - Me explica por que o peixe-boi tá dando em cima da Claire.
- Das duas a uma. Ou ele está dando em cima dela ou simplesmente fazendo companhia. Por que se você olhar bem, ela está cochilando. - Argumentou Sam sorrindo irônico.
- Sem graça. - O mais velho rosnou, chegando no balcão. Fuzilou Henry com um olhar.
Sam sorriu constrangido para o rapaz de sobretudo e seguiu o irmão mais velho até a saída do pub. - Finalmente vocês me escutaram. - Resmungou Claire abraçando a cintura de Dean.
- Se não fosse pelo Sam (e fuzilou o mais novo com um olhar) eu estaria muito bem agora, em um lugar da hora. - O loiro disse com uma expressão sonhadora.
- Hum... Que legal. - a menina comentou bocejando. - Parece que vocês se deram bem hoje.
Os dois se entreolharam, rindo maliciosos. - E se você não estivesse dormindo em pé, você também teria se dado bem. - Comentou Dean com um sorriso malicioso.
- É? - Perguntou a menina.
- Não viu o cara de sobretudo arrastando a maior asa pra você não é? - Perguntou Sam entrando no jogo de Dean.
A menina balançou a cabeça negativamente. - Vamos embora? - Perguntou quando ela e Sam ficaram do lado de fora e Dean tinha entrado no hotel, para buscar as coisas deles.
- Sim. - Respondeu o rapaz abrindo a porta de trás. - Boa noite. - E beijou a testa da mais nova, que deitou no banco de trás de fechou os olhos. Sam se sentou no banco do passageiro, sonhando acordado com o beijo da agente Valentine.
Assim que arrumara tudo, Dean trancou a porta do quarto e jogou as tralhas no porta-malas de qualquer jeito. Abriu a porta do motorista, ligando seu amado Impala e manobrando-o para a estrada Interestadual.
Balada
- Tá tudo bem? - Perguntou segurando o riso ao ver o estado da irmã mais nova. - É, acho melhor irmos buscar o Dean...
- Jura? - Zombou a menina no chão. - Se você não tivesse falado, eu nunca iria adivinhar.
O do meio riu, colocando a mais nova em seus braços. - Ela está bem? - Jill perguntou preocupada.
- Tá sim, deve ter sido os aromas maravilhosos do pub. - E deu um sorriso inocente para a agente, que quase o beijou, mas decidiu deixar para mais tarde.
Quando deixaram o banheiro feminino, o pub estava quase vazio. Apenas alguns poucos casais se beijando pelos cantos. Para não ter um momento constrangedor, Sam colocou a irmã mais nova no chão. - Sam, eu nunca mais na minha vida entro em um pub com você. - Resmungou a menina abraçando-o pela cintura (o único lugar que ela alcançava para abraçar).
- Foi incrível, Sam... - Disse Jill manhosa, lambendo seu pescoço discretamente. - Vejo você por aí... - E sorriu marotamente, indo em direção à saída do pub.
A rapaz sentiu um arrepio, e sorriu discretamente. Procurou pelo irmão mais velho pelos cantos do pub, até encontrá-lo aos amassos com uma garota diferente das anteriores.
- Ah... Claire, por que não me espera ali no balcão, não demoro, eu juro. - Disse o rapaz num tom que quase implorava.
- Tá bem, mas não demora. - Resmungou a menina sentando- se num dos bancos do balcão, abaixando a cabeça.
- Olá de novo. - A voz macia do rapaz de vestes pretas ecoou um pouco.
Claire mal levantou a cabeça, apenas acenou vagarosamente com a mão esquerda.
- Eu nem me apresentei, sou Henry. - Disse segurando a mão que a morena havia acenado para ele.
- Oi Henry, me ignora, estou com sono. - Resmungou a morena manhosa.
No canto do pub, Dean Winchester dava um amasso longo e demorado em uma bela garota de cabelos ruivos. Aquela, pensava o mais velho com desejo, tinha sido a garota mais difícil que encontrara, quem sabe ele poderia até subir de nível se continuasse aos beijos com ela, mas seus pensamentos felizes foram interrompidos.
- Dean, eu vou levar a Claire para casa. - Disse Sam, nem se importando com a cara irritada do mais velho.
- Tá bom. - Rosnou Dean voltando sua atenção para a ruiva, que interrompeu o beijo.
- Acha mesmo que sou tão fácil, Dean? - E sorriu, irônica, beijando de leve os lábios do mais velho. - Beijos. - E foi embora, sorrindo com malícia.
O mais velho ficou com a perfeita expressão de um baiacu, abrindo e fechando a boca sem acreditar. - Isso foi tudo sua culpa. - E socou o braço do irmão, irritado.
- Minha culpa? Pela mor, Dean, a garota ia te chutar de um jeito ou de outro. - Reclamou o mais novo, massageando o braço.
O mais velho ficou carrancudo, quando sentiu um leve toque em seus ombros. Uma garota alguns anos mais velha que a ruiva, de cabelos castanhos, não muito compridos com uma franja desalinhada em seu olho castanho direito o fitava com muita raiva. - Seu cretino. - E deu-lhe um tabefe do rosto.
O loiro ficou novamente com a expressão de baiacu depois que a morena lhe dera aquele tapa ardido. Sam dava gargalhada da cara do mais velho. - Bem feito, garanhão. - E bateu no ombro do mais velho com um sorriso de orelha a orelha.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Balada
No banheiro feminino, a porta tinha sido aberta com uma violência desnecessária. Um rapaz alto e moreno entrara carregando uma bela mulher loira nos braços, beijando-a com paixão e guiando-a até o último Box do banheiro. A agente jogou o peso de seu corpo contra o do rapaz, fazendo-o colidir com a parede de mármore do banheiro. Ele riu, sentindo suas costas arderem um pouco.
A agente tirou a camiseta do rapaz, passando as mãos pelo peito dele com os olhos brilhando de luxúria. O rapaz a ajudou tirar o blazer e a camisa, deixando-a apenas usando o sutiã e a calça jeans.
Quando as carícias iam aumentando, a respiração de ambos ficava mais ofegante. A agente beijava o pescoço do rapaz, que a apertava contra seu peito, beijando seus lábios com ferocidade, deixando-a sem ar.
Na parte mais afastada daquele pub, um rapaz loiro prensara uma garota contra a parede, beijando-a delicadamente. A moça, que adorara o fato, o puxava para mais perto de seu corpo, com mais violência.
No balcão do pub, Claire já estava tendo vertigens de tanta fumaça que o exorcista soltava perto dela. A menina estava quase indo procurar por Sam e Dean para irem embora, mas resolveu ficar, pois seria uma mancada interromper os 'amassos' dos irmãos mais velhos, e eles, especialmente Dean, ficariam enchendo a paciência dela por um mês.
Ao seu lado, o exorcista estava dando ideias em uma garota alguns anos mais velha que ela. Aquela era a última vez que ia a uma festa com Sam, pensou ela.
- Você é nova por aqui, não é? - Uma voz diferente da do exorcista disse do outro lado da morena. A menina arqueou as sobrancelhas ao ver quem perguntara. Não o conhecia, era bonito. Cabelos castanhos claros, olhos castanhos, usava uma roupa preta, algo parecido com uma capa.
- O que me entregou? - A menina perguntou curiosa.
- Você está a duas horas sentada aí. Não saiu para dançar, não falou com ninguém nem nada do gênero. - O rapaz disse jogando charme.
Mesmo na companhia daquele belo estranho, a mais nova estava preocupada com a demora de seus irmãos. Não gostava de ficar sozinha em lugares estranhos com pessoas mais estranhas ainda. De um lado, Constantine tentando seduzir uma garota; do outro, um rapaz que devia ter saído de filmes medievais tentando encantá-la com seu charme.
A menina já estava sentindo vertigens de ficar naquele lugar fechado com cheiro de cigarro e bebida em seu nariz. - Eu vou tomar um ar. - Ela disse meio sem jeito, indo em direção ao banheiro feminino.
A morena abriu a porta do banheiro, indo diretamente para o penúltimo box, vomitar a coca-cola que tinha tomado quando chegara.
- Claire?
A menina segurou o cabelo, sentando no chão do banheiro. - O que?
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Balada
Quando chegaram no pub, amarrotado de gente, com aquela iluminação típica de baladas, os Winchesters nem pararam para olhar ao redor, indo diretamente para o balcão. - Quero duas tequilas. - Sam pediu rapidamente quando o barman encostara-se ao balcão.
- Cadê a música dessa joça? - Indagou o mais velho quando viu que as pessoas simplesmente estavam paradas, segurando copos de bebidas e conversando animadamente. - Esperem aí. - Resmungou Dean e foi até o DJ.
- Lugar interessante, Sam. - Uma voz feminina disse ao lado do moreno, que não tinha ficado surpreso ao ver àquela figura familiar ao seu lado.
- Que bom que gostou, Jill. - E sorriu, pedindo uma dose de absinto para a agente, que ganhara um ar fantasmagórico com a luz negra.
- Quem é? - A agente perguntou indicando a irmã mais nova de Sam com um gesto da cabeça.
- Ah, é a minha irmã, Claire. - E a menina se virou, desnorteada. - Jill essa é a Claire e Claire essa é a Jill. - Apresentou-as de um jeito meio avoado.
- Oi. - A menina disse segurando a mão que a agente lhe oferecera.
A mais nova ficou sentada ao lado de Sam, que vez ou outra olhava para ela pelo canto dos olhos, mas sua atenção estava totalmente focada na bela agente Jill, que conversava animadamente com ele. Claire procurou pelo irmão mais velho na pista, quando seus olhos passaram pela porta do banheiro feminino, encontrando o mais velho dando uns amassos nervosos em uma menina da festa.
- Nós vamos para a pista. - Comunicou Sam antes de ser arrastado pela agente até a pista de dança. Claire assentiu, dando um breve sorriso ao ver que não só Sam e Jill estavam na pista, como Dean e uma outra menina, que não era a que ele dava amassos nervosos há uns minutos.
Por alguns momentos, a mais nova ficou no balcão, sem prestar a menor atenção à sua volta, apenas passando o dedo indicador na borda do copo de coca-cola, entediada.
- Você aqui? - Uma voz rouca com ar de deboche diz tirando-a de seus devaneios.
Claire nem se abala ao fitar o moreno. - Qual o problema? - Perguntou ela intrigada.
O mais velho se sentou ao lado da menina, pedindo uma dose de absinto. - E eu repito minha pergunta, Winchester, o que estão fazendo aqui?
A menina não se sentia intimidada pelo olhar fuzilante do exorcista. - Nada, eu acho. – E se levantou, indo para a pista. Não havia encontrado nem sinal deles naquela pista de dança. Sim, bufou ela, teria que ficar na companhia do canceroso, e voltou para o balcão, onde o moreno a fitava com um sorriso presunçoso. - E aí, seus irmãos devem ter ido dar uma voltinha com suas garotas...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Balada
Naquele hotel de Boston, os três Winchesters estavam entediados. Dean pianava vagarosamente pela televisão enquanto Claire ouvia música deitada em seu colo. Sam pesquisava na internet algo que pudessem caçar. O do meio estava ficando cada vez mais entediado por não ter o que fazer. - Vamos sair? - Perguntou de repente aos irmãos.
- E ir para onde? - Perguntou o mais velho.
- Sei lá, o que eu não quero é ficar criando raízes aqui com esse hambúrguer da semana passada. - E apontou para a geladeira fechada. O mais velho riu.
- O que sugere?
O do meio deu um breve soco na mesa, pensativo. - Por que não vamos beber um pouco?
- Beber?! Você quer beber? - Admirou-se o loiro. Sam nunca teve muito estômago para bebidas, não podia nem tomar duas cervejas que já ficava vendo pôneis cor-de-rosa pelo quarto inteiro. - Sam, você mais bebida é igual a vomitar o dia inteiro amanhã. - Zombou ele.
- Qual é Dean, podíamos sair um pouco... - Reclamou Sam manhoso. - Sabe...
-Tá legal. Se o papai ligar e descobrir que a Claire ficou sozinha por muitas horas, o velho vai surtar. - O mais velho disse colocando o controle perto de sua perna.
- Quem disse que vamos deixá-la, ela vai com a gente.
O mais velho arqueou as sobrancelhas, estranhando. - Levar a Claire com a gente para beber. - E riu, sarcástico. Olhou para o irmão do meio, que aparentemente não estava brincando. Ele falava sério. - Tá falando sério?
- Um ataque cardíaco. - O rapaz respondeu fechando o laptop. - Qual é Dean, Claire não é mais uma criança. Ela pode beber um uma gotinha de álcool, isso não vai matá-la.
- Mas sabe quem vai tomar no rabo? - Zombou o mais velho. - Nós. E se ela for igual a você que fica vendo pôneis e hello kitty’s pelas paredes, estamos realmente fritos. Papai acaba com a nossa raça em dois segundos.
O do meio fez cara de cachorro sem dono, com aqueles olhos de filhotinho que somente ele sabia fazer. - Tá bem. - Dean cedeu. - Você apelou para a cara de cachorro, isso não vale. - Bufou, tirando os dois fones das orelhas da irmã mais nova. - E aí, vamos dar uma voltinha?
- Ir para onde? - A menina perguntou tentando recuperar seus fones.
- Num barzinho, o Sam está meio animadinho, provavelmente ele quer... - E sussurrou algo no ouvido da irmã., que começou a rir. Sam tinha uma noção do que o irmão havia dito, mas decidiu ficar quieto.
Os três deixaram o hotel, indo calmamente até o Impala, quando Sam teve uma ideia. - Esquece o Impala. - Disse ele de repente.
Dean e Claire se entreolharam. - Como assim? - Perguntou o mais velho.
- Deixa ele aqui. - Argumentou o do meio. - O pub é aqui perto, nem precisa de carro. - E deu um sorriso confiante para os irmãos.
O mais velho e a mais nova assentiram, seguindo o do meio pelo estacionamento, deixando o Impala estacionado na vaga de frente para o quarto onde estavam. Dean apertava as chaves em seu bolso, como se sentisse falta de seu bebê que ficaria sozinho e abandonado naquele hotel velho e frio.
domingo, 6 de setembro de 2009
Blood Ties

Blood Ties é uma série de tv canadense baseada na obra Blood Books da escritora Tanya Huff.
A protagonista é Vicki Nelson, uma detetive particular que está progressivamente perdendo a visão devido à retinose pigmentar. Ela faz parceiria com o vampiro de 480 anos Henry Fitzroy , que é um filho bastardo de Henrique VIII e passa a investigar casos sobrenaturais. O elenco se fecha com o detetive Mike Celluci , ex-marido de Vicki, que a princípio pensa que ela está perdendo a sanidade, e com a secretária gótica especializada em ocultismo Coreen Fennel , que nutre paixão secreta por Henry. As histórias abordam com frequência temas como feitiçaria e demonologia.
http://www.bloodtiestv.com/
Para mais informações sobre a série e seus protagonistas. Em inglês.
1x01 e 02
sábado, 5 de setembro de 2009
Impaciência
- Olá. – Alguém sussurrou no ouvido da agente, soltando ar quente em sua nuca. A loira sentiu um arrepio que levantara os pêlos de seu braço.
- Quem diabos é você? – Perguntou ela enquanto o loiro passava os dedos em seu cabelo.
- Saia do meu carro. – Disse Jill com uma voz fraca.
Ele riu, aproximando os lábios no rosto da agente, perto do maxilar, soltando o ar quente de seus pulmões perto dela.
Balthazar vira que a loira estava com medo, e isso o animava ainda mais para provocá-la. Tentara lamber o rosto dela, errando por um centímetro.
A loira ficara com medo, mexendo-se desconfortavelmente no banco do carro. - Já entregou sua mensagem? - Perguntou ela depois que o demônio tentara seduzí-la.
- Já amor. - E beijou-lhe a face, sorrindo com malícia e deixando o carro. - Lembre-se que não pode fuçar mais, querida, senão, eu voltarei e não serei tão agradável quanto agora.
A agente respirou fundo assim que o demônio deixou seu carro. Sentia um profundo nojo daquela criatura, e rezava para que não houvesse um segundo encontro. Dirigiu meio catatônica até a casa de Oliver.
Quando chegara, batera na porta meio sem força. Ouviu o típico som de chaves e o suave clique da porta sendo aberta. O rapaz a fitou estranhando seu comportamento. - Jill, você está bem? Está meio pálida.
A loira não dissera nada, apenas caminhara para dentro da casa do mais novo e o abraçou. - Acredita em demônios, Oliver?
O moreno ficara lívido. Uma gota de suor frio descera por seu rosto com a breve menção de demônio. - A..acredito - Gaguejou ele soltando-a. - Jill, olha... eu... preciso contar uma coisa a você.
A agente assentiu, encorajando-o. - Diga.
- Eu sabia que Balthazar ia atrás de você. Sim, aquele cara loiro que apareceu no seu carro chama-se Balthazar, é um cretino, mas... - Ele tentara explicar-se, mas a agente o interrompeu.
- Você trabalha com ele? - Perguntou a agente indignada, mas mantendo o autocontrole.
- Trabalho. Nós meio que ficamos de tocaia aqui em Lawrence caso alguém venha xeretar em algo que não deve. Como você. - Explicou o moreno, tentando amenizar a situação. - Olha, eu disse ao Balthazar pegar leve com você e não te matar, mas tem a condição de que você nunca mais voltaria aqui para procurar por problemas, entende?
A loira comprimiu os lábios, sentindo-se traída. - Eu entendo. - Respondeu ela indiferente. - Adeus, Oliver. - E saiu da casa do rapaz. Sentiu que ele a observava de longe, provavelmente para ter certeza que ela realmente estava indo embora. Vira Balthazar pousar sua mão nos ombros do rapaz, beijando sua face.
O moreno abraçou o loiro, beijando-o vorazmente, e antes que as coisas melhorassem, fechou a porta da frente. A loira observou a cena ao longe, balançando negativamente a cabeça, ligando o carro e partindo. Nunca mais iria colocar os pés em Lawrence, isso era certeza.
Pegou um de seus arquivos que estava guardado no porta-luvas. Desamassou o papel, que era uma ficha de polícia de uma certa pessoa que ela desenvolvera uma certa afeição: Sam Winchester.
Deu um sorriso torto, fitando a expressão constrangida do rapaz e colocou o papel no banco do carona. Ouviu seu celular tocar, atendendo-o quase de imediato. - Valentine. - Disse ela naquele tom usual de agente federal.
- Jill, é o Aaron, como você está amor?
A loira sorriu, prestando atenção na estrada. - Bem, voltando para Boston agora.
- Mas bebê, são suas férias. - Resmungou Aaron do outro lado da linha.
- Não importa. - Respondeu ela. - Te vejo daqui a pouco. - E desligou antes que o amigo pudesse responder.
Bem, agora não adiantava chorar, pensou ela pegando a interestadual. Se ia descobrir a verdade obscura dos Winchesters, teria que se acostumar com as típicas ameaças. Deu um sorriso torto, pensando que talvez todo esse esforço lhe rendesse algo de bom. E voltou seus brilhantes olhos castanhos para a foto do Winchester. Não seja estúpida, pensou ela imediatamente mordendo o lábio inferior.
Nunca que o irmão do meio iria interessar-se pela mulher que o está caçando. E voltou sua atenção para a interminável estrada. Ligou o rádio, aumentando no último volume a música que mais gostava. Foo Fighters, the Best of You.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Impaciência
Um homem baixo, carrancudo meio calvo levantou a cabeça ao ouvir o nome. Tinha olhos acinzentados, barba por fazer, uns cinqüenta anos no mínimo, pensou ela observando-o de cima abaixo. Usava uma daquelas roupas de mecânico coberto de pontos pretos de gracha. - Sim?
- Oh, eu sou jornalista e estava pesquisando sobre dois incêndios que aconteceram aqui em Lawrence. Os Winchesters, se não me engano... - Disse ela num tom convincente de quem estava em dúvida. Ed limpou as mãos em um pano branco e encostou o cotovelo no balcão, fitando-a pensativo. - Sim, eu estava lá. Em ambos, nunca tinha visto uma coisa como aquela em toda a minha vida, falando sério. Uma coisa terrível, que infelizmente destruiu uma família.
A agente cruzou os braços, ouvindo atentamente.
- Mas uma coisa eu digo. Muita gente, quando o John Winchester aparecia aqui depois daquele acidente, olhava feio para o cara só porque ele tinha dormido com uma outra mulher e tido uma filha. Agora, sobre os filhos dele... Eram duas crianças muito legais. O menino mais velho, Dean, vivia subindo no caminhão aqui e mexendo no volante. O bebê era a criança mais quieta que eu já tinha visto.
Jill mordeu o lábio inferior, pensando no caçula. – Bem, obrigada pelo seu tempo... – A loura agradeceu com um sorriso, indo embora. Sorriu de lado para o bombeiro, que retribuiu sorrindo radiante.
Tudo bem, pensou a agente imediatamente sentando-se em um banco de uma pracinha. Tinha que melhorar sua técnica, tentar uma abordagem diferente das anteriores. Primeiro tentara conversar com as pessoas que estavam lá. Não ajudara em absolutamente nada. A loira bufou, pensando... Qual seria a melhor abordagem? E então a ideia caiu como uma luva: uma vidente. Sim, não era nada original, mas não vira uma opção melhor.
A agente caminhou rapidamente até uma cabine telefônica, pegando a grossa lista telefônica, indo diretamente na parte dos videntes. Procurava por alguém que não fosse um imbecil de primeira linha que acha que sabe das coisas quando na verdade não sabe nem mesmo o nome inteiro da mãe. Foi quando encontrara um nome familiar: Missouri Mosley. Onde tinha visto esse nome? Não conseguia lembrar, mas não se importou, pegando o endereço pelo GPS, saindo da cabine telefônica com pressa.
Assim que chegara, notou que o lugar não era muito movimentado, uma ou duas pessoas no mínimo passavam pela estreita rua. Foi indo vagarosamente até parar no número do lugar onde a vidente trabalhava. Era uma casa, só que era extremamente zen, ou foi que a agente pensou assim que abriu a porta, sentindo um cheiro de incenso, hortelã e cigarro. Foi indo tranquila até que chegara no lugar que aparentemente era a sala de espera. Sentou-se no sofá de couro marrom, pegando a primeira revista, folheando-a sem interesse.
- Não se preocupe, sua esposa é louca por você. – Uma voz feminina e meio rouca ecoou pela pequena sala. Uma mulher baixa de uns quarenta anos, negra, com o cabelo preso no topo de sua cabeça de roupas em um tom alaranjado. – Coitado, mal sabe ele que a esposa o está traindo com um menino de vinte anos.
- Por quê não contou a ele? – Perguntou a agente curiosa.
- As pessoas vêm aqui para ouvir coisas boas. Bem, senhorita Jill, vamos não tenho o dia todo. – Resmungou a vidente para a loira, que ficara surpresa e a seguira até uma sala que cheirava fortemente a hortelã.
- Bem, você veio aqui para saber sobre os Winchesters, estou certa? – Indagou Missouri amassando um papel de bala de hortelã.
- Sim. – Respondeu a moça, estranhando. – Como sabe de tudo isso?
- Você estava pensando em tudo isso agora, minha querida. – Rebateu Missouri. – Bem, você procurou informações com os vizinhos e o Corpo de Bombeiros e absolutamente nada, correto? E agora, veio buscar uma opinião que, segundo seus próprios princípios, seria inútil, mas aqui está você.
A loira piscou algumas vezes, para ter certeza de que estava acordada. Comprimiu os lábios, juntando as mãos no colo. – Bem, você está certa em tudo. – Comentou ela. Missouri sorriu indiferente, fitando a jovem. – E então? O que eu preciso saber sobre os Winchesters? – A loira perguntou depois de um breve momento.
- Bem, - Disse a vidente num tom pensativo. – Aquilo que aconteceu naquelas casas não foi algo do acaso como todos lhe contaram, Jill. Algo maligno passou por ambas as casas, e foi exatamente a mesma coisa. A pior parte... – A vidente gaguejou. – Foi nunca mais conseguir falar com aquelas três crianças perdidas.
- Deixe-me ver se entendi. O incêndio que aconteceu nas casas foi feito por alguma coisa? Tipo o quê? – A agente não estava conseguindo processar a informação.
- Era um demônio. Uma das criaturas mais horríveis que já senti em toda minha vida. – Comentou a vidente. Seus olhos tinham uma ponta de medo e receio.
- Mas por quê? – Insistiu a loira.
- É um jogo de azar, minha cara. Acredite, quanto menos vocÊ souber é melhor. Não coloque sua vida em risco. – Aconselhou a vidente. – Venha, vou leva-la até a porta.
A loira decidiu parar de fazer perguntas, tirando suas próprias conclusões quanto ao Winchesters. Despediu-se de Missouri e foi até seu carro que estava estacionado no meio fio da calçada vazia. A agente entrou no carro e trancou a porta, encostando a cabeça no banco do motorista, ligando o rádio, a primeira coisa que ouvira foi uma música da Lady Gaga, Poker Face. A loira batia dos dedos no volante, prestando atenção na batida da música.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Impaciência
A loira não sentia vontade de se levantar, mas quando bateu os olhos nos relógio, tomou um susto de bom tamanho ao ver que eram sete horas da manhã. Levantou-se e colocou suas roupas, deu um longo e apaixonado beijo em Oliver e desceu as escadas deixando a casa do rapaz.
A agente pensava em algum tipo de plano para poder descobrir sobre os Winchesters. O primeiro passo foi ir até a casa do vizinho deles. Chegou timidamente ao ver que havia um senhor recolhendo um jornal. Era baixo e calvo com olhos verde musgo. Usava um roupão azul escuro com chinelos fofos. – Com licença? – Disse ela. O homem ergueu o rosto, observando-a de cima a baixo. – Eu sou jornalista, estou pesquisando sobre dois incêndios que ocorreram aqui na região, um deles ocorreu na casa ao lado, senhor.
- Sim, sim, é verdade. – Comentou o homem. – Uma triste verdade se quer saber, minha jovem. Os Winchesters eram a família mais bonita que eu já tinha visto em toda minha vida. Aquele incêndio terrível acabou com a vida daquelas pessoas. Eu não estava aqui em nenhum dos acidentes, minha jovem. Sei apenas o que o povo me contou.
- E o que lhe contaram, senhor? – Perguntou Jill demonstrando interesse.
- Algumas semanas após o acidente, dizem que John Winchester enlouqueceu. Enfiou os dois filhos no carro e partiu. Todos ficaram muito preocupados com a segurança das crianças, mas ninguém fez nada. E dez anos depois, ele reapareceu e teve um “encontro íntimo” com a melhor amiga de sua finada esposa, a senhorita Rachel Bennet. E bem, nove meses depois, ele voltara porque tinha descoberto que ela tinha tido uma filha. – O velho limpou a garganta. – A menina era um anjo.
- E o que aconteceu com Rachel Bennet? – Perguntou a agente.
- Foi morta em um incêndio. O pior incêndio aqui da região, perdendo apenas para esse que aconteceu aqui ao lado. – Comentou o velho. – Deseja mais alguma coisa, senhorita?
- Não. – Fungou Jill pensativa. – Obrigada pelo seu tempo.
A agente seguiu por entre as casas de cerca branca de grama aparada, pensando no próximo passo para descobrir a verdade, não devia ser muito difícil encontrar alguma pessoa que estivera naquele incêndio. Mas devia ser uma pessoa que estava em ambos...
Ela se sentou em um banco, perto de uma árvore, apoiou os cotovelos nas coxas, passando as mãos pelo topo da cabeça, pensativa. Tinha que existir alguém... Quando uma ideia repentina invadiu sua mente: O Corpo de Bombeiros de Lawrence. A agente sacudiu a cabeça, sentindo-se uma verdadeira imbecil por não ter pensado nos bombeiros logo de cara. Levantou-se e foi até a lista telefônica, pegando o endereço do lugar.
Quando chegara no Corpo de Bombeiros, seu primeiro pensamento foi que aquilo era uma oficina mecânica. Algumas peças dos caminhões espalhadas, um grande caminhão vermelho estacionado bem no meio do largo 'quintal', viu dois homens; um limpava a parte de cima enquanto o outro limpava a parte de baixo do caminhão. Aproximou-se como quem não quer nada.
- Com licença? - Disse com uma voz doce.
O homem que estava na parte de baixo, colocou um pano nos ombros, indo atendê-la. - Posso ajudá-la moça? - Indagou. Era um rapaz muito bonito, corpulento, olho castanho, moreno, alto, devia ter uns vinte para trinta anos. Um belo rapaz, refletiu por alguns segundos. - Ah sim, eu sou jornalista e estava fazendo uma matéria sobre dois incêndios que ocorreram aqui em Lawrence.
O rapaz passou a mão pelo cabelo curto, uma tática de jogar charme. - Fale com o Ed. - E apontou para dentro da oficina. A agente sorriu, agradecendo. Tinha quase certeza que o jovem estava olhando para ela, e apenas soltou um risinho silencioso, voltando aos assuntos importantes.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Impaciência
Obs: Continuação :D
Em Lawrence, Kansas, um rapaz de vinte e poucos anos passeia com sua moto, uma Harley Davidson preta, costurando por entre os carros parados no farol. Passa raspando por um retrovisor de um carro cinza claro, mas por pura sorte, o objeto fica intacto. Ele sorri internamente, vendo que o motorista nem percebera sua aproximação. Estava ficando cada vez melhor aquela vida, pensava, se fizesse tudo o que ele pedisse, talvez tivesse algum prêmio por seu serviço. Seguiu feliz por essa linha de pensamento quando colidiu com um carro, um Nissan Versa Azul.
Jill Valentine estava horrorizada. Mal chegara na cidade, e já tinha arrumado problemas. Desceu do carro desesperada, indo socorrer o rapaz caído no chão. Estranhara o fato de não haver ninguém na rua naquela hora. – Oh Meu Deus, eu sinto muitíssimo, você está bem, quer que eu o leve até o hospital?
Ele se sentou no chão, a observando. Era uma mulher muito bonita, o rosto jovem não demonstrava marcas típicas de idade, os cabelos loiros escuros naturais caindo gentilmente por seus ombros, os olhos castanhos escuros com uma expressão apavorada.
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A agente não acreditou. – Você está com alguma coisa quebrada?
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A agente insistiu em levar o rapaz para a casa dele, mesmo com o próprio dizendo que não era necessário. – Oliver, eu preciso ter certeza que você está bem, senão vou acabar me torturando internamente. – Disse a agente.
Oliver mordeu o lábio inferior, pensativo. – Tudo bem, mas vou insistir que tome um drink comigo.
Jill pensou um pouco, e sorriu. – Feito. Adoro tequila. – E apertou a mão de Oliver novamente, com um largo sorriso. O rapaz ficara encantado com seu belo sorriso que perdera um pouco a linha de pensamento.
Quando chegaram na casa de Oliver, o rapaz e a agente conversavam animadamente. - Então... - Disse Jill, com certa malícia na voz e no olhar. - Há quanto tempo mora aqui?
O rapaz comprimiu os lábios, pegando uma garrafa de tequila no armário da cozinha. - Não muito, há uns bons dez meses, por quê? - Indagou colocando o líquido em um copo de vidro, e passando para a agente, que passou a ponta do dedo indicador ao redor da borda do copo.
- Você não deve conhecer muito bem as histórias dos moradores, certo? - Perguntou bebendo metade do conteúdo do copo.
Oliver se sentou de frente para ela, colocando os braços em cima da mesa. - Não são muitas. As que mais me impressionaram foram a de uma família que morava por aqui, os Winchesters.
A agente não ficara nem um pouco impressionada, mas decidiu mostrar um pouco de interesse. - Qual a história deles, Oliver?
Ele riu, colocando tequila em seu próprio copo. - O pessoal afirma que é verdade e eu já confirmei até com o corpo de bombeiros. Em 1983, um acidente horrível aconteceu em uma casa aqui perto. Um incêndio no quarto do filho bebê de John e Mary Winchester. O bebê, o menino de quatro anos e o pai sobreviveram. Mas a mãe não. Não sobrou nem mesmo restos mortais.
Jill mordeu o lábio inferior, pensando no irmão mais novo, Sam Winchester. - Isso é terrível. - Comentou. - Eles foram embora?
- Foram. Nunca mais viram as duas crianças, mas o John Winchester passava por aqui regularmente. E agora vem a segunda história. - Disse num tom de mistério, para animar a agente.
Ela riu, colocando mais tequila em seu copo.
Oliver limpou a garganta, continuando a história. - O motivo das vindas do John aqui para Lawrence foi que ele teve uma "aventura amorosa" com a melhor amiga da esposa, isso muito tempo depois do acidente. A mulher, se chamava Rachel. Não era muito bem vista aqui pela vizinhança. - Limpou a garganta, bebendo mais tequila. - Todo mundo sabia que ela tinha uma quedona pelo marido da melhor amiga. Então, um dia desses, o povo diz que o John veio aqui para Lawrence muito bêbado e acabou dormindo com ela. E, bem, nove meses depois sabe o que aconteceu certo?
Jill riu. - Ela teve um filho.
- Uma filha, para ser mais exato. Conheço a menina, ela é um amor. Um dia, a menina chegou em casa da escola e deu de cara com um incêndio no quarto da mãe, que estava fazendo coisas ilícitas com o namorado, que tinha sido morto antes do incêndio começar. Depois disso, ninguém mais viu a menina, exceto eu. - Gabou-se Oliver.
- O que ela fazia aqui, Oliver? - Perguntou Jill curiosa.
- Estava de passagem. Ela tem uma amiga que mora por aqui. Faz um certo tempo que não a vejo. - Comentou o rapaz esvaziando a garrafa de tequila em seu copo, virando-o de uma única vez, fazendo uma careta.
- Tem alguma ideia de onde ela possa estar? - Perguntou Jill jogando charme.
- Infelizmente não. - Bufou o rapaz.
Jill voltou seus olhos para seu relógio de pulso. - Oh, preciso ir. Longo dia amanhã. - Comentou ela levantando-se.
Oliver a acompanhou até a porta. - Se tiver tempo, passe por aqui amanhã. - Barganhou o rapaz sorrindo.
- Claro. - E ela retribuiu o sorriso. Oliver não se segurou ao rever aquele lindo sorriso e a beijou apaixonadamente.
Jill não teve tempo de recusar o beijo que ganhara e o abraçou, entrando novamente na casa do rapaz, fechando a porta atrás de si.