Quando Mary chegou à cena do crime, a clássica fitinha amarela estava lá, fechando a passagem de moradores e curiosos. Mesmo que um policial careca repetisse milhões de vezes que o corpo do rapaz não estava mais lá, as pessoas continuavam bisbilhotando a cena do crime, esticando seus pescoços até não poder mais.
-Ayres! Finalmente – Alguém gritara acenando freneticamente perto de uma viatura da polícia. Era um rapaz jovem, de uns vinte e poucos anos, cabelos pretos arrumados em um topete, olhos azuis claros e expressivos, barba por fazer.
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O detetive apertou a mão da morena rapidamente, voltando a atenção para o parceiro. – Por que a trouxe aqui? – E voltou a atenção para a arqueóloga. – Conhecia a vítima? – Perguntou-lhe de um jeito profissional.
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O mais velho olhou ao redor, para o imenso prédio que fazia sombra na cena do crime. – Ele mora bem ali, no penúltimo andar. – E apontou-lhe uma janela quebrada e suja bem no topo do prédio. – Quer que eu a acompanhe, Srta. Barton?
- Não, obrigada. – Respondeu a morena, arrumando a bolsa no ombro e foi caminhando sem muita pressa até a entrada do prédio. Quando sentiu que os olhos dos detetives não estavam mais em sua nuca, apertou o botão do elevador, esperando que este estivesse vazio e, quando a porta abrira, o lugar estava vazio. Apenas seu reflexo mal iluminado a encarava.
Assim que apertara o botão e a porta fechara-se, a arqueóloga deixou as lágrimas saírem de seus olhos claros. O que ela fazia ali? Não tinha a mínima ideia. Só de pensar naquela foto que vira antes, seu estômago dava cambalhotas. Mas não, não podia ficar daquele jeito, tinha que se controlar até que estivesse em um local melhor.
Quando o elevador parou, Mary passou a mão pelos olhos, retocando a maquiagem no espelho rapidamente, escondendo a cara de choro. A arqueóloga abriu a porta do elevador, indo até o único apartamento do prédio que ficava naquele lugar extremamente alto. Bateu na porta duas vezes.
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