segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bloody Sunrise

A vida da arqueóloga e, agora, administradora, Mary Barton era resumida a trabalho e mais trabalho. Eram quase inexistentes as ocasiões em que ela não fazia nada. Sempre havia algo para fazer, uma pesquisa de arqueologia ou até mesmo um assunto pendente com um cliente insatisfeito. Mas essa era sua vida, e agora, lá estava ela, sentada atrás da mesa cinza clara, com papeis, porta-lápis, uma luminária preta e um notebook da Apple.

Mary era inglesa, cabelos castanhos claros, olhos azuis acinzentados, pele clara. Extremamente minimalista, dedicada, inteligente e sagaz. Sempre teve um interesse meio obsessivo por coisas sobrenaturais, especialmente artefatos estranhos, de qualquer época, cultura e aparência.

-Mary? – Ouviu a voz tranquila de sua assistente, Coreen, que abriu a porta do escritório e entrou segurando uma prancheta preta, batendo uma caneta colorida na mesma. – Tem um cara querendo falar com você.

- É o Wakefield? – A morena perguntou sem tirar os olhos do notebook.

- Não. É um detetive, ele não disse o nome, mas parece que é algo importante. – Coreen fitou-a, esperando uma resposta.

Mary coçou a nuca, saindo vagarosamente de trás da mesa, deixando suas coisas do jeito que estavam. Sabia que Coreen tinha muito bom senso e não iria fuçar em suas pesquisas, que incluíam um estranho artefato.

A arqueóloga foi até a recepção, sendo interceptada por um homem alto, de meia idade, olhos pretos, cabelos castanhos. – Srta. Barton? – Perguntou-lhe. Mary assentiu. – Sou o detetive Ayres, polícia local. Gostaria de fazer algumas perguntas, se não se importa.

- Claro, mas não tenho muito tempo. – Advertiu a arqueóloga, tentando entender a situação.

- Bem, hoje cedo os moradores de um prédio perto de um dos becos aqui da cidade encontraram um corpo. – E o detetive tirou de dentro do bolso do casaco uma foto. – Você o conhece?

Quando Mary viu aquele que havia lhe trazido uma pequena parcela de felicidade, pálido, de olhos fechados com um buraco de bala bem no meio da testa, teve que se segurar na parede. Não, aquilo não era verdade, pensava ela. – Eu o conheço. – Respondeu ela com uma voz fraca. – Ele é meu namorado.

O detetive fitou a arqueóloga, fragilizado. – Eu sinto muito, minha jovem.

- Já sabem quem o matou? – A morena abaixou o rosto, fitando o carpete.

- Um dos moradores diz que ontem, um homem passou pedindo informações sobre a vítima, disse que era da polícia e que ele era perigoso. O homem disse que ele se chamava... – E parou, tentando lembrar do nome. – Lincon Cassidy.

- Quero falar com o morador. – A arqueóloga levantou o rosto, fitando o detetive.

- Não é muito, longe, vou leva-la.

Mary assentiu, indo até o escritório, pegando seu casaco e a bolsa. Depois que falasse com o morador, iria parar e refletir sobre o que faria.

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