quarta-feira, 22 de julho de 2009

Encontros

Segunda parte da fic Encontros dedicada a Emily. Ela ainda não me disse o que acha, mas vamos continuar...

John estava impaciente. Batia os dedos na mesa do restaurante, olhava para os lados. O lugar era bonito; algumas mesas de madeira marrom clara ao redor com toalhas brancas de renda em cima e um vasinho transparente com uma flor bem no centro. Havia algumas mesas com casais, pedindo coisas aos garçons, que os atendiam quase que no mesmo segundo, pois usavam uma espécie de telefone com uma caneta estranha. John balançou a cabeça, soltando um riso amargurado. Lembrava-se do dia em que Claire e Sam tentavam lhe ensinar a usar o celular, que tinha vindo cheio de coisas esquisitas.
- Olá John. - Uma voz disse. - Lugar interessante para pegar uma mesa.
John sorriu. - O único lugar vago. - Respondeu indicando as mesas ao redor.
A moça se sentou na cadeira de frente para ele. Ela era muito bonita, cabelos ruivos curtos e encaracolados, olhos azuis claros, pele bem clara com as maçãs do rosto com um tom rosado. Usava um daqueles conjuntos meio Dana Scully, uma saia até os joelhos com um sapato de salto quadrado, uma camisa branca e um blazer da mesma cor da saia.
- Até que é um bom lugar. - Comentou observando a vista. O céu escuro com alguns pontos luminosos e uma imensa lua cheia pareciam um belo palco.
- O que vão pedir? - Perguntou um garçom. John virou-se e encarou o rapaz. Era alto, moreno com alguns traços indígenas, cabelos compridos presos em um rabo de cavalo. Segurava um daqueles telefones esquisitos.
- Bem... Fox... Eu gostaria de uma tequila. - Disse dando um sorriso para o rapaz.
O rapaz ficou levemente confuso, mas assentiu e virou-se para a moça. - E você, senhorita?
- O mesmo. Obrigada. - Respondeu. O rapaz pediu licença e se dirigiu a outra mesa. - Como sabia o nome dele?
- É uma questão de observar. É apontar e tirar a foto, depois prestar bastante atenção nos detalhes, Charlotte. - Respondeu John orgulhoso.
Durante duas horas, eles conversaram animadamente. Charlotte resolveu não fazer muitas perguntas pessoais, pois sentira que se começasse a fazê-las, ele se desviaria rapidamente, sem deixar mais brechas para o assunto.
- Então... - Charlotte perguntou estendendo a mão para tocar as costas da mão de John. - O que o traz aqui?
- Honestamente é um trabalho. - Respondeu John. - Provavelmente é algum espírito com assuntos inacabados que está assombrando uma casa.
-Entendo... Está sozinho? - Perguntou com um leve sorriso.
John hesitou, resolveu beber seu segundo copo de tequila para disfarçar. - Na verdade não.
Charlotte mordeu o lábio inferior, um pouco desapontada quando o garçom chamado Fox chegara, entregando a conta para John, que a pagou no mesmo instante.
- Até logo, senhor. Senhorita. - Disse Fox os guiando até a saída.

Charlotte e John caminharam até onde os carros estavam parados. Não tinham muitos carros caros e sofisticados, eram aqueles carros quase básicos, pensou John observando um carro vermelho estacionado do lado de seu Impala. Deu uma olhada no carro onde Charlotte estava encostada, um carro importado, não sabia qual era a marca, mas com certeza era importado.
- Gosta do meu carro? - Perguntou Charlotte notando que seu acompanhante observava seu carro.
- É muito bonito. - Respondeu John indo para o lado dela. Imediatamente, Charlotte virou-se para ele, passando os braços em volta de seu pescoço. - Acho que isso é um sinal que você aprovou nosso encontro, certo? - Deduziu John.
- Você é bem rápido com as deduções. - Charlotte disse com um largo sorriso, lhe dando um beijo caloroso.
- Posso lhe fazer uma pergunta? - Perguntou John levemente desnorteado.
- À vontade. - Disse uma sorridente Charlotte.
- Onde mora?
Charlotte fez um leve bico, voltando ao radiante sorriso. - Morava em Liverpool, com um canalha que eu agradeço todos os dias por ter me trocado por uma drogada.
- Liverpool? Qual o nome do canalha? - Perguntou levemente curioso.
- É engraçado. O nome dele também é, ou era, John. John Constantine. - Respondeu a ruiva lhe dando mais um beijo. Depois de alguns segundos, ela o soltou, virando-se sorridente para seu carro. - Devíamos sair mais vezes...
- É claro. - Respondeu John fechando a porta do carro dela.
John observou Charlotte buzinar duas vezes e ir em direção à estrada principal. Segundos depois, dirigiu-se ao seu Impala, que brilhava um pouco por causa da luz da rua. Ligou o carro e foi embora na direção oposta, notando que o rádio estava falhando e seu celular também. Sentiu um leve arrepio e acelerou, quase pedindo para que pudese voar até o hotel.

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